quarta-feira, 19 de janeiro de 2011


Dia desses peguei um ônibus amarelo na rua Augusta, ia para o Parque Dom Pedro, entrei na expectativa de que ele me deixasse em qualquer lugar do centro, onde eu tomaria um outro rumo ao Imirim, onde eu moro.
Acontece que ele não foi pra República, como eu havia imaginado. Nem pro Anhangabaú. Resolvi ir até onde quissese. Eu gosto do Centro de São Paulo, sempre me perco e acabo conhecendo lugares interessantes por lá, fico encantada, uma legítima paulistana apaixonada. Minha relação com essa cidade aliás é um caos... amor, ódio. Poderia ser diferente? Voltando para o ônibus amarelo... quando ele despontou na Sé resolvi descer. Fazia tempo que não ia por aqueles lados... fico imaginando aquilo tudo há uns 100, 200 anos atrás... viajo no tempo, nas vielas, nos ladrilhos...
Daí resolvi entrar no Sebo do Messias, mas não no grandão que fica na João Mendes, num pequenininho que fica numa vielinha.
Adoro sebos. Adoro aquele cheiro forte de papel vivo...
Depois de circular, recircular e circular de novo pelos estreitos corredores, resolvi levar a biografia da Olga Benário, tinham uns 5 exemplares, escolhi o que estava em melhores condições e vim embora...
Quando cheguei em casa e comecei a folhear o livro encontrei esse recorte de jornal, amarelado, é um texto do Décio Pignatari, uma crítica a proibição do governo Sarney e da Igreja Católica a um filme do Godard, um filme que não conheço. Eu diria que é uma crítica concreta...
Adoro o amarelado das páginas dos livros velhos e as surpresas e histórias que elas carregam em si.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Esse espaço nasce da vontade que não cabe no corpo de jorrar a energia das ruas, esquinas, becos e avenidas que a cidade expreme com toda a sua amargura despida.
Andar por São Paulo é entrar em contato com a parte pulsante que habita nossos corpos. A vermelhidão nos olhos o gemido farto de ruídos, a construção do caos, a feitura exposta em moldura.
E é por essa inquietude que essas esquinas me causam que eu ponho na atmosfera internetlística, esse meu pedaço de mundo, que é um recorde de todos, de vários, de muitos mundos.